Ahhh.... Ahhhh....
Ahhh.... Ahhhh....
Ahhh.... Ahhhh....
Ahhh.... Ahhhh....
Quatro vezes para não dizer três que é pretensamente um número mágico.
Não confundir o Ahhh.... Ahhhh.... com loucura... é puro riso pela depravação da mente sobre o não/sim (dicotomia) da alma. A alma é pura. A alma é binária. Está não está. Existe não existe. Anima não anima. A mente é perversa. É límbica. É atroz. É dissimulada. Busca o prazer pelo engano. Busca o domínio pela ilusão. E é por estes textinhos deprimentes que sou como sou e que que acredito no Homem liberto através da união da mente com a alma (espírito) assente na intuição do bom sobre o mau, assumindo e reconhecendo a infinitude cromática de permeio entre o nigredo e o rubedo. Talvez em fase de Albedo.
Pessoa defende que a metafísica lhe parecia loucura latente...
"Se conhecêssemos a verdade, vê-la-íamos; tudo (o) mais é sistema e arredores. Basta-nos, se pensarmos, a incompreensibilidade do universo; querer compreendê-lo é ser menos que homens, porque ser homem é saber que se não compreende.
Trazem-me a fé como um embrulho fechado numa salva alheia. Querem que o aceite, mas que o não abra. Trazem-me a ciência, como uma faca num prato, com que abrirei as folhas de um livro de páginas brancas. Trazem-me a dúvida, como pó dentro de uma caixa; mas para que me trazem a caixa se ela não tem senão pó?
Na falta de saber, escrevo; e uso os grandes termos da Verdade. Alheios conforme as exigências da emoção. Se a emoção é clara e fatal, falo, naturalmente, dos Deuses, e assim a enquadro numa consciência do mundo múltiplo. Se a emoção é profunda, falo, naturalmente, de Deus, e assim a engasto numa consciência una. Se a emoção é um pensamento, falo, naturalmente, do Destino, e assim a encosto à parede."
Fernando Pessoa